miércoles, abril 30, 2008

Talento x Preguiça x Mediocridade

(...)Infelizmente a maioria das pessoas não começa pelas partes, mas pelo todo e o quer pronto sem disposição ou esforço. Essa cultura fast-food é fácil de se identificar: está em gente que larga academias ou cursos de instrumentos musicais, desiste de escolas de línguas e acredita em emagrecimento milagroso. Impressionáveis, não percebem que a busca por um resultado sem atenção na dedicação e detalhe só gera frustração e angústia. Pra piorar, a tal “sorte de principiante” só atrapalha, pois falta aos espertinhos que acertam no primeiro lance e se julgam geniais a dedicação, o que gera ainda mais insatisfação a médio prazo.

Talento ou “jeito para a coisa” é importante, mas não justifica a preguiça: é fácil dar receitas de design e de como se tornar um bom designer, mas a sua realização implica em dedicação, estudo, pesquisa e outras qualidades que ignoramos quando dizemos que não somos “iluminados”. Sem disciplina, o talento é só metade do caminho. E a recíproca é pra lá de verdadeira.(...)

Luli Radfahrer, Design/Web/Design:2 - a partir de agora, livro de cabeceira.



É, não basta ser bom, tem que ser o melhor. Não que seja complexo, trabalhoso sim. Mas pra quem almeja uma coisa maior lá pra frente - nem tão na frente -, não se pode dar ao luxo de se conformar. Dedicação. Bom ter acontecido, assim eu acordo de uma vez, chuto o balde e passo a ser mais gentil com minhas aspirações.

Preguiça, desse mal eu ainda morro.

jueves, abril 10, 2008

Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

É que de vez em quando eu funciono melhor com palavras tristes, eu consigo elevar os sentimentos, e fazer um troço bem amargo, mas nada que seja preocupante. Nossas vidas ainda não estão formadas, mas aos poucos vamos delimitando, tirando um pouquinho de pedrinhas daqui, um outro pouquinho de lá, e uma hora vai estar tudo nos conformes. Eu quero você do meu lado, eu preciso de você sempre ao meu lado. Quando eu te perco no silêncio, eu percebo que meu coração também se retrai, pulsa menos, se desencanta, quase vira pó. Mas é só ver seu sorriso ( ahhh seu sorriso...) que minha alegria salta das entranhas mais escuras, e faz nossa vida ser assim, um circo de sentimentos só nosso, onde o principal espetáculo, com certeza não passa desse nosso amor. Ame esse nosso amor, por que não existe outro igual - guarde esse segredo bem lá no fundo da sua caixinha. Minha menina, eu sempre serei mais você do que eu.

Para que serve uma Relação?

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa,principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro ao médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

Drauzio Varela

martes, abril 08, 2008

encanta

Já era madrugada, mas o relógio cansado apenas rangia e desafinava uma sinfonia perturbante, que pra mim já não era tão alta quanto as vozes que vinham do corredor ao lado, mas incomodava. Eu me revirava na cama afim de procurar uma luz em algum canto, mas era inútil. É inútil tentar achar respostas pra esse tipo de coisa, sabe? Essas coisas que vem do coração, o tipo de coisa que não se entende nem fudendo - um aperto. Deve ser o inferno astral de Abril, não me lembro de como foi em outros anos, sequer lembro do mês passado. Mas até que provem o contrário eu prefiro colocar culpa nesse tipo de coisa. É mais fácil, menos desgastante, não fico horas pensando; consigo dormir, consigo trabalhar, consigo ir pra faculdade (não é uma promessa). E assim, quando Abril for embora tudo vai ficar mais claro, o sol vai nascer atrás dos prédios em construção, e eu novamente poderei seguir caminhando-e-cantando-e-seguindo-a-canção. "E assim é a vida, muitas vezes insatisfatória, freqüentemente cruel, em geral chata, por vezes linda e ocasionalmente estimulante."

Vai Abril, Vem Maio, e a única certeza é que em lugar da ignorância uma conversa é sempre bem-vinda (e isso serve pra mim)