sábado, enero 10, 2009

A nobre verdade

Nunca fui muito ligado a religiões, e de certa maneira, construi essa barreira não por acreditar ou não, ter fé ou não, e sim, pelo simples pensamento de que se aquela doutrina não me faria uma uma pessoa melhor, ou de conduta melhore, seria uma causa infundada. Acreditar por acreditar, temer por temer - tá vendo, isso aconteceu por que você não rezou - não, isso não era pra mim. Mas de repente, quando aparece algo e lhe diz :

"Não acrediteis numa coisa, apenas por ouvir dizer. Não acrediteis na fé das tradições, só porque foram transmitidas por longas gerações. Não acrediteis numa coisa só porque é dita e repetida por muita gente. Não acrediteis numa coisa só pelo testemunho de um sábio antigo. Não acrediteis numa coisa só porque as probabilidades a favorecem ou porque um longo hábito vos leva a te-la por verdadeira. Não acrediteis no que imaginastes, pensando que um ser superior a revelou. Não acrediteis em coisa alguma apenas pela autoridade dos mais velhos ou dos vossos instrutores. Mas, aquilo que vós mesmos experimentastes, provastes e reconhecestes verdadeiro, aquilo que corresponde ao vosso bem e ao bem dos outros. Isso deveis aceitar, e por isso moldar a vossa conduta."

Ahh, agora sim. Buscar um sentido dentro de si mesmo. Isso sim parece-me fazer sentido, por que, afinal, seguir uma religião apenas por seguir, sem que isso lhe torne uma pessoa melhor, ou por medo de que alguma coisa superior lhe castigue caso não faça como deva ser, é coisa de gente fraca, que precisa de algo para se sustentar. Precisa de pernas alheias para caminhar. Isso não é pra mim. Buscar uma melhor conduta observando seus próprios atos, interligando seu cotidiano, ser uma pessoa melhor pelo próprio esforço...

Talvez essa seja a proposta que realmente mereça uma cuidadosa atenção. E é justamente nisso que irei me propor a acreditar. Acreditar em mim mesmo.

lunes, enero 05, 2009

Automático

De repente as coisas ficam tão cotidianas, tão sempre-alí-no-cantinho, que todo aqueleencantamento parece ter se perdido entre algumas brigas e outras - ou entre algumas noites mal dormidas e outras.

O que de fato acontece não tem nada a ver com isso. Nada mesmo. São assim que as coisas funcionam. Embora um relacionamento se construa - e se estabeleça - por constantes provas de amor e escaladas até o mais puro sentimento, chega uma hora que se torna meio automático.

Mas o "automático" é apenas a condição que trás consigo o te-amo-todo-dia. Não fosse assim, e cada dia fosse um novo caminho, será que nossos caminhos se cruzaríam tanto como é - tanto como continua a ser? Não sei.

Eu gosto desse automático jeito de te amar. Ele faz cada dia ser igual e diferente. Ele faz eu ainda sentir arrepios que sobem quando eu menos espero.

E se quer saber eu também "te amo mais que tudo e tô com saudade já ".
É automático.