Ontem foi...

Tanto eu quis, que nem sabia o que queria ao certo.
Muito eu tentei procurar, quando na verdade tudo estava ali - na expectativa nula.
Confesso fiquei perdido, não poderia acreditar que isso era por inteiro.
Cometi o mesmo erro.
Saltei no mar com meus pés amarrados aos seus, sem saber que assim eu só amaria-te mais.
Afundados ou não, eu tentei socorrer-nos.
Longas foram as conversas em teu nome. Poucas foram as expectativas que você me mostrou.
Cometi o mesmo erro.
Enfeitei em ti, meu doce diferente - minha dose de água suja.
Falado que foi, e eu sempre fechado. Era minha sina.
Cometi o mesmo erro.
Outro dia tentei, sem êxito algum, buscar flores á tua esperança.
Mesmo sem admitir, deixei escapar outro amor. Incompetência.
Cometi o mesmo erro.
Forjei lembranças. Pintei pra ti um céu amarelo. Só pra ti.
E as noites nunca mudavam. Frias foram.
Sua janela sempre fechada. Minha ruína enfim próxima.
Cometi o mesmo erro.
Deixei o sonho de amar, e tornei-me mais um. Mais um.

Eu encontrei-a e quis me enganar.

Como sempre, ela. (Cuidado! As vírgulas são perigosas)

O quê você consegue? Quero o dobro disso. Pode ser?
- Claro, sempre fui competente em tal quesito.
Então vá e me mostre. Desenhe as montanhas e escorregue além do possível.
Quero uma das boas. Posso? Lhe pago o quanto for necessário.
Ou traga-me o resto da poção. Quem sabe ela não pode transformar meu desejo em paixão, e o desinteresse de outros em desejo?

Mas não...

Sempre o medo, outrora ilusões. Impossível gostar assim.
Voltar ao começo e apagar isso?
Pegar a sobra, e queimar no chão?
Trabalhoso...
Medo. Foi sempre muito longe do que eu esperava. Porém muito perto do que eu almejava... Droga. E agora?
- Sacuda a cabeça e começe a pensar nas oportunidades.
Como posso desistir tão cedo?
- Jogue tudo; que na verdade não é nada, e acelere a velocidade rumo à promiscuídade.
E qual será o resultado?
- Mais uma que entra na tua vida, e sai pelas portas do fundo sem ao menos apagar a luz.

E quem não sabia?
Shit!


Se quer saber, eu acabei pegando o ônibus errado - por isso toda essa confusão.

Que dia é hoje mesmo?

Mais uma daquelas manhãs frias, onde tudo o que uma pessoa pode desejar é calor.
Pra mim apenas um dia após a queda.
Uma derrota? Não. Somam-se fracassos...
É difícil ser uma fonte de esperança para muitos. Difícil pra burro. Existem muitos que não se incomodam com esse peso. Confesso que a pouquíssimo tempo eu também não dava a mínima, mas infelizmente não posso virar mais as costas para isso. A medida que o tempo me abocanha, a coisa toda vai se tornando um gigante prestes a dominar meu mundo.
Pessoas que fazem de minha vida um circo deveríam ser exterminadas. Todas elas.
Me chupem.
E aos que devo explicações:
Tenham calma! Admirem os já feitos, e me deixem em paz por um tempo. Quero espaço. Tenho todo o tempo do mundo para me tornar alguém. E Alguns poucos minutos para responder à felicidade, e construir um exército de sonhos que, ao final dessa história, podem se tornar um Marshall ou um Jaguar.
Soltem minhas mãos; daqui pra frente sigo as pedras, e se acaso eu tropeçar...


Alguém tem band-aid?

Não dá

Tenho pensado pelos cantos, feito orações a Deuses que nem sei ao certo se existem ou se podem me ouvir. Porém nada é tão substancial o quão possa me entreter por inteiro. Cansei dessas injeções de obstáculos frente a mim - por mais que
isso seja covarde.
Cansei.
O mundo gira, a planta morre, apenas um ganha, enfim, tudo é parte de um bolo com extremidades mais válidas. Estar sempre em um dos extremos me arranha, me consome. Pode haver a ´´terra de ninguém´´ em uma vida comum?
Se a resposta for sim, a liberdade é minha meta.
Se a resposta for não, lamento mais NÃO DÁ.
Mas me diga porque a liberdade é algo tão portátil e ao mesmo tempo intrigante? Cansei. Daqui não quero mais nada. Cansei de falsos poetas; cansei de falsas promessas; cansei de discursos manipulados. Quero um ´´algo mais´´ em minha vida. Quero uma verdade, assim como nos filmes de Almodóvar em que ela é exposta facilmente (entretanto o final é arrebatador). Quero a verdade de um cigarro. Que incondicionalmente há de começar por um extremo, mas que para chegar ao outro, passa pelo necessário de sua própria existência, e em seu término a satisfação lhe é garantida.
Necessito de uma afirmação antes de falar aos porcos sobre minhas façanhas. Preciso dizer algo a que me faça refletir, um novo relógio para viver, e uma nova velha-história para acreditar.
E que não me falem em Sêneca, sua facilidade nas coisas me compra, e sinceramente, não preciso enxergar facilidades. A LA MIERDA !

Quero desafios e não obstáculos; quero um sonho e não uma caminhada; quero uma lady e não uma bitch; quero o mundo e não suas linhas; quero uma luz e não lâmpada; quero seu coração e não seu corpo; quero sexo e não uma transa.

Letras a um idota curioso

Pense em uma família normal e logo após olhe para sua direta. Seu pai estará sentado, ou melhor, esparramado no sofá com uma dose de problemas em seu drink avermelhado onde, refletida, a imagem da senhora sua mãe ganha forma; na cozinha, ao som de Robertão e toda sua parafernália antiga e sem graça aparente, ela sustenta-se. Após esse choque levemente constrangedor você deve pensar o seguinte:
“Pelo menos o filho da puta do meu cachorro mija no meu pé e pula em minha cama, pensando que é o único normal dessa casa.”
Esse é meu garoto.
Na verdade tudo está bem até o momento. Entretanto, vamos retornar à parte em que sua mãe está na cozinha, onde alguns detalhes foram suavizados pelo mal cheiro que já se sente do maldito cachorro.
Ao fundo, mamãe se delicia ao som de seus ídolos antigos e sem graça, porém vejo em seu rosto uma lágrima que, ao toque dos segundos, se desmancha em um olhar baixo. Cabelos espirrados e sujos.
“Nossa, mamãe está estranha hoje...”
Parabéns, você chegou ao ponto. Sabe porque a mulher suja está assim? Pense. Quem gostaria de ter um filho otário como você, que fica observando sua família e mais, vê o pulguento mijar em seus pés e mesmo assim se mantêm concentrado em encontrar algo de diferente no cenário.
“Onde está minha bíblia?”
Esqueça.
Derrube o drink, quebre o disco, kill the dog - mantenha-se afastado por no mínimo dois minutos. Volte. Limpe o drink, recicle o disco e, sinceramente, porque você matou o cachorro?

Idiota.