domingo, octubre 29, 2006

Me encontre na próxima.

Eu ouço, mas prefiro não olhar.
Eu sinto, mas prefiro não mostrar.
Eu quero, mas prefiro esconder.
Eu posso, mas prefiro não admitir.
Eu acredito, mas prefiro esquecer.
Eu desejo, mas prefiro esfriar.

Eu, eu, eu que nem sei o que faço por essas bandas...
Ali na esquina, esperando à próxima, rezando para o fim da noite.
Ela, ela, ela que passa aqui todo dia,
me olha do outro lado, esperando uma aproximação. Parece me alcançar com os olhos.
Um, dois, três, quatro - quatro cigarros. Nenhuma ação.
Enfim, ela se aproxima. Eu me protejo, defendo meu caráter. Ela percebe. Seus olhos tremem, sua pele se torna intransponível. Nada que a intimide. Minhas peculiaridades são descartadas. Transformo-me num qualquer.
Adormeço, esqueço tudo, deixo pra lá, jogo o jogo, coloco as coisas no lugar cabível das coisas colocáveis e compatíveis.
Quinze minutos.
Ela se vai, eu me vou. E tudo fica assim, do mesmo jeito, sem graça, apagado, amarelo.
Mas era esse seu desejo, era isso que aquela vadia queria. Foi tudo dela, tudo que ela pagou.
Mal sabia meu nome, pensava apenas na explosão, no suor, no "tudo aquilo". Ela absorve, eu ganho, normal como um dicionários sem capa.
Vergonha do quê? O valor das coisas que nunca irão se igualar, eu detenho, amarro-me à isso. De certa forma agradeço ao mundo.

Usado, ou não. Cansado, ou não. Perdido, ou não.
Continuo ali na esquina, à próxima, jamais a última.

Let´s go party! I dare not go. Damn!

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