sábado, diciembre 02, 2006

Alguém?

Em algum canto, nesse momento, uma voz me aconselha. E não é de hoje que essa coisa me persegue.
Ouço o ecoar dos sons, cuja aflição que me causa, é fruto da própria idiotice que isso possa parecer.
Horas passam, dias passam, pessoas passam, mas à voz sequer cala-se por um segundo.
Ela tenta me dizer que eu devo fazer.
Ela tenta me dizer o quê devo sentir.
Ela tenta... Assim como muitos tentarão, sem sucesso. Confusa, é a sensação de ouvir a tal voz. Mas um dia, eu retruquei:

-Hey! Dona voz, por que a senhora não me deixa em paz?
-Por que essa é minha sina, e sua também.
-Mas, poderia ser um pouco menos egoísta? Que acha?
-Difícil.
-Assim como sou. E por que tenta mudar-me quando na verdade teu próprio EU é perfurado?
-Um dia entenderá. Um dia entenderá, menino...

E assim, permaneci assim. Já à voz? Continua aqui até hoje. Por mais bêbado que pareça, ela continua.

Enquanto bem ali ao lado, um velho barbudo brinca de ser Deus:
“Há coisas que não tem explicação aparente, mas elas continuam lá, somente para nos confundir, menino”. Devo estar louco.

Durmam vozes, que durmo junto.
Obrigado.

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